Situadas na margem do rio Tejo, as Salinas constituem ainda um exemplo vivo daquela que foi, durante muito tempo, a principal atividade económica de Alcochete – a salicultura. Depois de ser extraído dos enormes tanques, ainda visíveis no Estuário do Tejo, o sal era, posteriormente, transportado para o cais de Lisboa e exportado para o estrangeiro.
O enfraquecimento da navegação à vela, a auto-suficiência dos países tradicionalmente consumidores de sal, o aparecimento dos sistemas de refrigeração e a sua implementação nos navios de pesca do bacalhau foram alguns dos factores que enfraqueceram a produção do sal e, consequentemente, a sua perda económica. Perante este cenário, raras foram as salinas que conseguiram resistir à nova conjuntura. Alcochete também não fugiu à regra.
Salinas do Brito
As salinas da Fundação João Gonçalves Júnior assumiram durante anos a prática de salicultura no Concelho, não deixando cair em esquecimento uma das atividades que em muito contribuiu para a formação da identidade cultural da população deste Concelho. Além de manter viva a tradição de Alcochete, as salinas são cada vez mais reconhecidas pela sua importância ecológica, visto serem um local de abrigo e refúgio para muitas aves aquáticas, contribuindo para a sua conservação e preservação.
No Inverno, as salinas assumem-se como um importante local, onde as aves vão procurar abrigo e alimentos alternativos aos espaços que já se encontram cobertos de água. No Verão, as salinas são um local privilegiado de nidificação, nomeadamente para o perna-longa Himantopus himantopus.
(cm-alcochete)